13 de jan. de 2011

Almoço em família

     Domingo, 04:00; Zona Leste de São Paulo. Preparo-me pra sair de casa. A essa hora, já preparei todos os pratos; guloseimas, doces. Passei quase toda a noite nesses arranjos e, apesar da grande ansiedade, fiz tudo com muito amor. Tudo o que um almoço em família necessita. Arrumo tudo em sacolas pesadas e desajeitadas e, ainda assim, reservo um  cantinho para acomodar um presentinho que eu sei, ele sempre gostou.
      Tomo o ônibus de domingo. Se durante a semana eles se atrasam, imagina aos domingos, quando todos não conseguem sacudir a preguiça do corpo. 
     Na chegada, enfrento a fila. Lenta, muito lenta... como tudo que tenta roubar-me os instantes que nos aguardam. Finalmente te vejo. Muitos abraços e beijos, nunca suficientes, matando ausências e vontades de nos ver. Ah, que saudade que eu sentia do seu cheiro, da sua pele; de sentir novamente seu afago e seu beijo doce e terno que me acostumei a receber em minha bochecha esquerda. 
     Na hora do almoço, muitas risadas, piadas, histórias de como foi a semana e a necessária preparação para a próxima que vai se repetir, monótona. Depois do almoço, sentamos lá fora pra conversar mais e tomarmos um pouco de sol. Trocamos confidências e juras de amor eterno... ele fala e me apresenta as novas amizades que fez ultimamente. 
    Que tarde maravilhosa! Mas, como tudo que é bom, uma hora tem que acabar. É chegado o momento da despedida. Vem de novo o abraço como se nunca mais o fosse abraçar. Dou-lhe um beijo na testa, o abençôo e vou. Ao sair, ouço o barulho das portas se trancarem, batem atrás de mim, uma a uma, e me vou, rumo ao extremo leste de São Paulo.
    Acabou o dia de visita.

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